Reciclagem de Papel – Conhecendo o processo

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Junto com alguns metais e plásticos, a reciclagem de papel é um dos processos de reutilização de rejeitos mais utilizado e que, ao contrário de outros segmentos, está arraigado e é indissociável do cotidiano da indústria papeleira. Em alguns produtos mais grosseiros, como papelões, kraft e acartonados, índices de reaproveitamento de resíduos chegam a mais de 70% do volume descartado.

Novidades como o papel reciclado de imprimir e escrever na verdade são apenas a ponta do iceberg no processo de reciclagem de papel, mas é certo que a entrada de legislações mais rígidas em relação à destinação de resíduos e a fiscalização próxima de órgãos ambientais deverão levar o Brasil a atingir, no médio prazo, números semelhantes aos hoje vistos em países europeus.segmento de papelão ondulado para a produção de caixas e embalagens. Ainda assim, o Brasil possui uma taxa de recuperação de papéis próxima de 50%, um volume bom em relação a países semelhantes, como China, Índia e Rússia, mas ainda muito aquém de países como Alemanha e Coreia do Sul, onde a recuperação chega a notáveis 85% ou 90%, segundo dados levantado pela consultoria RISI e pela Bracelpa (associação nacional dos produtores de papel e celulose).O consumo das ditas “aparas” de papel, nome genérico que engloba todo o material reaproveitado, atinge quase cinco milhões de toneladas anuais.

Reciclagem de Papel

Reciclagem de Papel

Maior que as aparências

A indústria de reciclagem de papel geralmente é associada a catadores e pequenas cooperativas, mas suas dimensões são muito maiores do que se possa imaginar. Todo centro de distribuição, varejista e mesmo indústrias que recebem diariamente volume infindáveis de caixas e embalagens acabam reencaminhando essas sobras para aparistas de papel, processadores que fazem a seleção, classificação e revenda do material às próprias indústrias papeleiras, que produzem novas caixas e embalagens a partir dessas sobras.

A etapa de separação e classificação também é complexa: existem hoje 22 categorias distintas de aparas de papel para reciclagem – cada uma delas possui um uso e aplicação específicos.  A reciclagem de papel engloba desde aparas “brancas de primeira”, que na verdade são sobras de cortes de bobinas e papéis para imprimir e escrever, até jornais ou sobras de kraft e papelão.

Conhecendo o processo

O processo de reciclagem de papel e reprocessamento de aparas envolve uma cadeia com muitas empresas e participantes, começando pelo descarte dos papéis de forma misturada. Geralmente a origem do papel que passa por catadores envolve descartes menores e pontuais, provenientes de atividades residenciais, escolas, cooperativas e ONGs. Na outra ponta, grandes varejistas, editoras, gráficas e escritórios de empresas geralmente vendem suas sobras de papel e papelão diretamente para depósitos de sucatas, para conseguir algum retorno financeiro da atividade. De qualquer modo, todo o papel acaba parando em sucateiros, que dali em diante repassam o material a empresas aparistas, os grandes processadores dos resíduos do segmento.

Aparistas pesam, seleciona e classificam o material. Posteriormente, impurezas e sujeiras são removidas e descartadas, e os papéis, já divididos em categorias, são prensados e estocados, para que possam ser revendidos com preços de “commodity” a fabricantes de papel.

Origem antiga

A reciclagem de papel, em sua forma mais rudimentar, é uma prática já antiga na humanidade. Métodos de reciclagem de papel caseiros, muito utilizados como atividade extracurricular em escolas e por artistas e artesãos remontam práticas para a produção de papéis diversos pela humanidade.

Grosso modo, é preciso cortar e moer o papel com água, até obter uma pasta. Posteriormente, basta espalhar essa massa em telas e deixá-las secar. O método, por exemplo, é muito similar ao modo com que egípcios produziam o papiro, milênios antes de Cristo.

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