Visita técnica realizada no viveiro de mudas da mineração onça puma

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Visita técnica realizada no viveiro de mudas da Mineração Onça Puma com o propósito de inserção de valores ambientais na formação acadêmica

Autoria: Cássia Amercês de Moura


RESUMO

A ética vinculada à vida social apresenta situações conflitantes, pois, em alguns casos existem barreiras que as separam. Porém, constata-se diante dos alunos da zona rural de Ourilândia do norte, que é possível associar a ética na sociedade como um valor que pode ser adquirido por meio de fatores, como: conversas formais, visitas técnicas, parcerias entre outros. A política e as grandes empresas exercem o papel de formadores de valores dentro das relações sociais nas comunidades. Assim, são saciados os anseios da sociedade acadêmica em visitar as áreas de um grande empreendimento. Os alunos buscaram vincular seus conhecimentos práticos ao contexto escolar, por meio do empenho e participação ativa de todos, inclusive dos profissionais da área que acompanharam o evento. A visita proporcionou o embasamento nos temas propostos, fundamentada nas práticas de um viveiro de mudas, desde o semeio de mudas até o plantio em áreas suprimidas. Houve comprometimento com o meio ambiente não simplesmente com relação ao mercado de trabalho e sim no dia-a-dia.

Palavras-chave: Ética, vida social, visita técnica, valores, Meio Ambiente

1. INTRODUÇÃO

A ética aplicada se destina a discutir as práticas individuais e corporativas nas múltiplas áreas de atuação do ser humano em sociedade. Busca a determinação da atitude correta relacionada a cada esfera da ação humana, a fim de solucionar os eventuais problemas morais que surgem no exercício profissional e na vida social. A ética se reporta, necessariamente, a toda prática humana, seja ela profissional ou não. A rigor, existe ou deveria existir, uma ética aplicada a cada atividade profissional. E as éticas profissionais nascem da progressiva especialização das atividades humanas.
No dia 17 de maio de 2008, foi realizada visita técnica no viveiro de mudas da Mineração Onça Puma organizada pela facilitadora Cássia Moura, Técnica de Meio Ambiente em atendimento ao ofício enviado pela Escola Tiradentes localizado no KM 19 sentido Ourilândia x Plant Site. A visita foi guiada, além da facilitadora, pelo Técnico de Meio Ambiente Arnóbio Cunha, pela Técnica de Segurança do Trabalho Fabiana Matias, pelo Operador de Mina Fabiano e apoiado do Técnico de Meio Ambiente da Hatch / Progen Fernando Silva.
O fator motivante da professora foi um desafio proposto pelo projeto “Escola que Vale” que a mesma participa, que será a apresentação de fotos registradas por cada um dos alunos e uma redação sobre a natureza do entorno onde vivem, como todos os alunos são vizinhos das áreas da Mineração Onça Puma, foi sugerida uma visita até o viveiro de mudas onde seriam apresentadas práticas e os conceitos sobre de cultivo de mudas para reflorestamento de áreas degradadas e resgate de fauna e flora do projeto.
Outra visão impactante foi da barragem de captação, que apesar de apresentar um lugar calmo e tranqüilo possui várias espécies de fauna e flora a ser estuda.
Neste contexto, partiu-se a iniciativa de apoiar visitas técnicas de cunho acadêmico que unisse o prazer de conhecer o local, ao trabalho em grupo, e a colaboração na formação de valores éticos adquiridos no meio profissional.
Para os alunos que tem a oportunidade de visitar um viveiro de mudas, e partes da obras da Usina construída pela Vale em Ourilândia do Norte, impressiona com a imagem digna de um grandioso empreendimento. Embora sua construção ainda não tenha finalizado, existem pontos atraentes que despertam interesses de estudos aprofundados futuramente.
A área do projeto Onça Puma localiza-se na Microrregião de São Félix do Xingu pertencente à Mesorregião Sudeste Paraense, mais particularmente na Folha SB.22-Y-B (São Félix do Xingu), tendo como base o município de Ourilândia do Norte, PA.
O acesso rodoviário é feito pela rodovia PA 150 saindo de Marabá na direção de Xinguara. Toma-se então a rodovia PA 279 na direção de Ourilândia do Norte, de onde o acesso ao projeto é feito à partir de rodovia municipal (Vicinal Picadão).

1.1 Delimitação da problemática

 

A formação acadêmica é um instrumento que pode subsidiar futuras ações relacionadas ao Meio Ambiente, e as características de fauna e flora presentes na região da visita são estruturadas para evidenciar os atrativos ecológicos que o local oferece. Diante da separação entre escolas e as visitas técnicas as problemáticas se resumem à questão:
Os alunos das escolas públicas estão preparados para realizar visitas técnicas com visão acadêmica, a modo de absorver as informações adquiridas e contribuir na formação dos valores éticos?

Assim, apresenta-se a hipótese da visita em questão:

Apesar do pouco recurso oferecido as escolas da zona rural, os alunos apresentaram potencial para absorção das informações adquiridas e corresponderam satisfatoriamente com relação à aprendizagem do meio ambiente nos práticas do dia-a-dia.

1.2 Objetivos Gerais

 

Apresentar aos alunos, por meio de esclarecimentos ao ar livre, práticas de plantio de mudas e regaste de fauna e flora dentro do projeto Onça Puma.
Associar prática ambiental harmoniosa com a natureza em casa, na escola e em todo nosso meio ambiente, divulgando a agravação da degradação ambiental por falta de informações sobre a utilização sustentável da natureza.
Buscar manter um relacionamento transpa
rente com as sociedades vizinhas na busca da inserção de valores na formação acadêmica das zonas rurais.

1.3 Objetivos Específicos

 

Apresentar o viveiro de mudas da Mineração Onça Puma avaliando a capacidade produtiva, suas diversidades nativas e os cuidados com plantio;
Apresentar as técnicas de coleta de sementes;
Apresentar técnicas de irrigação, adubação;
Apresentar projeto do Centro de Triagem e técnicas de solturas de animais capturado no projeto;
Proporcionar um ambiente de descontração, integração e socialização entre o meio educacional e o meio profissional relacionando o meio ambiente aos princípios da Educação Ambiental vinculando-o ao lazer e trazer este foco para o dia a dia;
Incentivar a busca do conhecimento por parte dos alunos em empresas de grande porte que tem o foco na preservação ambiental;

1.4 Revisão teórica

 

Etimologicamente falando, ética vem do grego "ethos", e tem seu correlato no latim "morale", com o mesmo significado: Conduta, ou relativo aos costumes. Podemos concluir que etimologicamente ética e moral são palavras sinônimas.
Vários pensadores em diferentes épocas abordaram especificamente assuntos sobre a ÉTICA: Os pré-socráticos, Aristóteles, os Estóicos, os pensadores Cristãos (Patrísticos, escolásticos e nominalistas), Kant, Espinoza, Nietzsche, Paul Tillich etc.
Quando se afirma que a ética torna mais perfeito o indivíduo, não se pretende fazer um discurso individualista. Todos estão de acordo com que um nível de ética profissional é útil para o bem comum.
A Visita Técnica já é bastante difundida na maior parte dos cursos de graduação que se utilizam da paisagem como campo para as discussões teóricas
Assim, esta reflexão sobre a importância da Visita Técnica como recurso metodológico pretende contribuir com os profissionais que dela necessitam, mostrando sua importância para a formação dos futuros profissionais que precisam do espaço geográfico para desenvolver estudos e pesquisas, independentemente ou não de tais trabalhos serem acadêmicos.
Hoje se percebe a importância da visita técnica, como forma de rever os conceitos teórico-metodológicos e expressar o diálogo produzido em sala de aula, por meio da descrição da paisagem geográfica, conhecida como o campo de desenvolvimento da ciência geográfica, com a construção de conceitos a partir de observações feitas no desenvolvimento técnico-científico e reforçadas pelo método da visita técnica.
Para Assis, esse tipo de trabalho
“(…) possibilita o conhecimento do mundo ou do nosso entorno – que significa compreender a sua estrutura espacial e os fenômenos dos lugares. Ao conhecer o território em que se vive compreende-se a identidade e o sentimento de pertencimento do meio em que se vive.” (2000: 195)

Desse modo, a Visita Técnica nunca deixará de ser um recurso didático-metodológico importante, pois é a partir dela que se torna possível aprofundar o conhecimento científico e divulgá-lo na forma de publicações, artigos, documentários e relatórios.

2. DESENVOLVIMENTO

A visita começou por volta das 8h30m, saíram da Escola Tiradentes e chegaram ao projeto por volta das 9h e retornaram da visita às 11h30m.
Após breve introdução às várias áreas do viveiro, os alunos puderam aprender na prática sobre colheita de sementes e plantio das mudas. Tiveram oportunidade de ver "in loco" muitas das coisas que já tinham ouvido nas aulas.
Por volta das 10h seguiu-se para barragem da usina, onde os alunos puderam contatar um novo cenário, pousaram para fotos e ouviram os benefícios da barragens no empreendimento.

3. METODOLOGIA

Participaram junto à Professora 12 alunos entre 1ª e 4ª séries, estudantes da Escola Tiradentes moradores de áreas próximas ao viveiro de mudas do projeto Onça Puma em Ourilândia do Norte-PA.
De acordo com o planejamento o evento ocorreu nas dependências da Mineração Onça Puma, por meio de uma visita técnica e paralelamente foram ministradas algumas palestras sobre os assuntos propostos sempre ao ar livre.
Ainda no ônibus, foram informados sobre os valores que a segurança representa para a sociedade por meio da utilização dos EPI’s adequados e uso do cinto de segurança.
Quanto ao tipo, esta pesquisa caracteriza-se como pesquisa-diagnóstico. Martins e Lints (2000), dizem que pesquisa-diagnóstico é um tipo especial de investigação aplicada que se propõe explorar o ambiente, levantar e definir problemas.
Quanto aos objetivos foi utilizada a pesquisa explicativa, que de acordo com DENKER (2002), serve para identificar os fatores que determinam para a ocorrência dos fenômenos.
E, quanto aos procedimentos técnicos foram utilizados as pesquisas documental e bibliográfica, Gil (2002) afirma que as duas são semelhantes, sendo o que difere uma da outra é a forma de busca da fonte, pois a documental vale-se de materiais que ainda não receberam um tratamento analítico, são elaborados de acordo com os objetos da pesquisa e a bibliográfica tem base em literatura de autores, ou seja, de publicações já editadas sobre o determinado assunto.
A pesquisa é de caráter qualitativo, pois (Denker, 2002, p. 98) refere-se ao projeto da pesquisa qualitativa como “um guia, uma orientação que indica onde o pesquisador quer chegar e os caminhos que pretende tomar”.

3. RESULTADOS

Os resultados foram alcançados com a realização dos objetivos propostos e após o término da visita constatou-se que houve satisfação de ambas partes, ou seja, por parte dos visitantes e por parte dos facilitadores do evento, pode se afirmar que saiu-se com o papel de dever cumprido.
Os alunos tiveram a oportunidade de verificar as atividades e recursos necessários para o bom gerenciamento de um viveiro de mudas, resgate de fauna e flora, em conjunto com sua estrutura profissional e definições de responsabilidades no organograma organizacional nos empreendimentos.
Como forma de incentivo, as informações obtidas na visita serão cobradas aos alunos por meio de relatos para que sejam anexados no
s históricos dos alunos.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Visita atingiu plenamente os objetivos, pois houve uma integração positiva entre os participantes, principalmente pela troca de experiências entre alunos, professores e profissionais da área.
Os alunos não somente constataram na empresa visitada o conhecimento adquirido na atividade acadêmica, mas agregaram valores pessoais e profissionais, além de estarem ainda mais motivados para o exercício futuro da profissão de nas áreas afins.
Diante disso, constatou-se que a visita técnica transcorreu muito bem dentro de todas as expectativas programadas e que a turma foi beneficiada com este tipo de iniciativa.
Espera-se, que essa visita técnica venha a contribuir tanto na preservação e conservação do meio ambiente quanto na transformação ética das pessoas no seu ambiente de trabalho e em suas casas, pois, acredita-se que essa experiência abra caminhos e incentivos para projetos futuros.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSIS, Edvânia. A Visita Técnica como Recurso Metodológico Aplicado ao Turismo. Revista do Turismo, São Paulo – out/2004.

DENKER, Ada de Freitas Maneti. Métodos e Técnicas em turismo. 6º ed. São Paulo. Futura, 2002.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2002.

Martins, Gilberto de Andrade e LINTS, Alexandre. Guia para Elaboração de Monografias e Trabalhos de Conclusão de Curso. 2ª edição. Atlas. 2000.

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