Taninos extraíveis de espécies florestais apresentam potencial de uso no tratamento de água

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No Brasil, a falta de tratamento de esgoto e a poluição oriunda da indústria e agricultura são as principais ameaças à qualidade da água

A integração de alternativas renováveis em processos, está se tornando cada vez mais comum nas cadeias de produção. A sustentabilidade não é mais considerada um pilar opcional ou um jargão de marketing, é a nova base dos projetos indústrias.

Fato esse que pode ser observado pela preocupação atual com os recursos naturais, sobretudo os hídricos. No Brasil, a falta de tratamento de esgoto e a poluição oriunda da indústria e agricultura são as principais ameaças à qualidade da água.

Uma das fontes de poluição da água está justamente no tratamento. As etapas que visam à clarificação da água – coagulação e floculação, são realizadas mediante o uso de produtos químicos como o sulfato de alumínio e o cloreto férrico, que quando utilizados em excesso, permanecem na água em grande concentração, o que pode causar problemas à saúde.
O principal malefício em usá-los é a formação do lodo após a decantação. Esse lodo formado por flocos de coloides, é composto por diversos microorganismos além resíduos químicos, que são descartados em rios e lagos sem passar por qualquer tratamento. O uso de produtos biodegradáveis com características de coagulante torna-se então uma estratégia extremamente desejável no tratamento da água e uma dessas alternativas são os taninos vegetais.
Os taninos são compostos químicos de natureza fenólica, representando o segundo maior grupo de compostos fenólicos presentes nos vegetais, ficando atrás apenas da lignina. O tanino é um extrativo muito utilizado na indústria farmacêutica e alimentícia e com grande potencial de uso na produção de adesivos pelas indústrias de painéis de madeira.
Atualmente, o que tem se destacado é a sua utilização como coagulante natural no tratamento de água, assunto abordado pela Eng. Florestal Thaís Brito Sousa na sua dissertação, desenvolvida na Universidade Federal de Lavras-MG. No trabalho foram utilizados os taninos de espécies florestais nativas do cerrado – Tachigali aurea, Anadenanthera peregrina e Stryphnodendron adstringens, extraídos a partir da casca, sendo estas em muitos casos consideradas como resíduos. Segundo a Engenheira “Poucos são os estudos direcionados ao potencial do uso de taninos de espécies brasileiras para o tratamento da água, principalmente espécies do cerrado que têm como característica a grande produção de cascas. O que também é uma forma de agregar valor, além de tornar uma fonte de renda muito interessante. Os taninos praticamente não alteraram o pH da água bruta, o que é uma característica desejada no tratamento da água para abastecimento”.
Apesar de ser um produto biodegradável e ser obtido a partir de resíduos da indústria a baixo custo, um grande desafio ainda é detalhar sua estrutura e conseguir obter um sistema totalmente adequado para a extração desse produto.
Fonte: Eng. Thaís Brito Sousa, Dissertação “Uso de taninos de espécies florestais no tratamento de água para abastecimento”, UFLA, 2015.

Fonte: Minuto Florestal

Fonte: ciflorestas.com.br

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