O Biólogo e a Responsabilidade Social – Projeto Multiplicadores Ambientais

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TEMA: O Biólogo e a Responsabilidade Social – Projeto Multiplicadores Ambientais.

Autora: Márcia Nagem Krag

RESUMO

Este Projeto pretende promover a Educação Ambiental nas comunidades escolares na cidade de Belém (PA), através dos acadêmicos com experiências em docência, transformando-os em multiplicadores de suas práticas, fomentando, desta forma, a difusão da EA tanto nas escolas de ensino fundamental como no ensino médio da rede pública de ensino.

INTRODUÇÃO

A Floresta Amazônica é a grande responsável por boa parte da riqueza natural do país. Com 5,5 milhões de quilômetros quadrados, possui nada menos que um terço de todas as espécies vivas do planeta, é o maior celeiro e biodiversidade da Terra, e boa parte das espécies ainda é desconhecida. Segundo Silvio Campos, pesquisas realizadas na Amazônia indicam existir mais de 10 milhões de espécies vivas em toda a floresta, mas o número real é incalculável. As florestas da região concentram 60% de todas as formas de vida do planeta, mas somente 30% de todas elas são conhecidas pela ciência. Quantos segredos e novas espécies de peixes, pássaros, e muitas outras formas de vida ainda desconhecemos?
Belém é a capital do Estado do Pará, a chamada Metrópole da Amazônia e que têm sido a porta de entrada para muitos pesquisadores do mundo inteiro, assim como madeireiros, grileiros, pecuaristas, sojeiros, mineradoras e muitos outros exploradores dos recursos naturais existentes neste Estado. Belém possui 1.253.164 km2 de extensão e cerca de 16% das suas florestas e campos já foram alterados pelas atividades humanas sendo o desmatamento desordenado e a extração ilegal de madeiras, uma das causas mais preocupantes. O tráfico de animais silvestres também é um fator preocupante. Segundo Ima Vieira , diretora do Museu Paraense Emilio Goeldi, no plano ambiental, a Amazônia em especial o Pará, têm sido alvo de crescente atenção tanto a nível nacional como internacional. Os conflitos de interesses que permeiam as questões do uso dos recursos naturais da região têm se manifestado no acirramento da violência no campo, perigo crescente para aqueles que defendem as questões ambientais. Governos de diversos países e ONG´s de meio ambiente tem atuado no sentido de buscar a aprovação de legislações mais rígidas e uma fiscalização mais atuante para combater o crime ecológico.
Além dos inúmeros conflitos de interesses políticos, encontramos dificuldades em desiludir a população quanto aos sonhados benefícios do progresso, e entendendo os motivos, se conscientize da importância das florestas para o equilíbrio ecológico do planeta Terra, para o bom funcionamento do clima e que, o meio ambiente em seu bom funcionamento é essencial para a existência de qualquer forma de vida na terra, inclusive e principalmente a humana.

De acordo com Michele Sato, as relações da sociedade com o meio ambiente estão muito ligadas à cultura na qual esta sujeita, destacando-se a dificuldade do encontro de soluções aos problemas sócio-ambientais pois mudar hábitos, desenvolver consciência, preservar a cultura, reeducar, são tarefas bastantes complexas apesar de serem essenciais à preservação da qualidade de vida do planeta.

Diante o exposto e levando em consideração todos os problemas ambientais existente em nossa região, acreditamos que a Educação Ambiental em todas as esferas da sociedade é um ponto de partida para a tão necessária nova visão do mundo.

OBJETIVO GERAL

Promover a Educação Ambiental nas comunidades escolares na cidade de Belém/PARÁ.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

  • Transformar os acadêmicos das quatro últimas turmas de Biologia em multiplicadores das práticas por eles vivenciados;
  • Reforçar o papel das escolas e dos educadores na formação de agentes multiplicadores de EA;
  • Fomentar a difusão da EA em todas as disciplinas do currículo escolar primeiramente nas escolas de ensino fundamental e posteriormente no E. Médio da rede pública do ensino;
  • Sensibilizar e conscientizar os estudantes e comunidade escolar em geral de sobre os mais ligados às necessidades locais.

JUSTIFICATIVA

Em virtude da rápida degradação do planeta e consequente ameaça à qualidade de vida, têm se tornado cada vez mais emergencial a abrangência da Educação Ambiental (EA) no ensino formal, como conceito transversal a todas as disciplinas oferecidas, participando ativamente da transdisciplinaridade, conduzindo e aplicando seus objetivos nos âmbitos sociais, políticos, culturais, religiosos, profissionais e educacionais.

Como os problemas ambientais não são independentes entre si, todos os seres humanos na Terra devem se mobilizar e fazer a sua parte, em atenção os ambientes de ensino formal onde passamos uma boa parte de nossas vidas.
Sabemos que a Educação Ambiental por si só, não resolverá todos os problemas, mas poderá contribuir muito para tal, pois uma vez conscientes de nossos direitos e deveres para com o meio ambiente, o homem educado e ensinado, poderá ser mais justos e éticos nessas relações, contribuindo para o desenvolvimento sustentável.

No ensino formal, a escola se destaca como sendo o principal meio de promover o desenvolvimento do cidadão, pois através de seus projetos pedagógicos são traçados os diferentes características de posicionamento humano na sociedade que se desejam formar e os tipos de transformações sociais que se pretendem através de suas intervenções. Então, no âmbito educacional, confirma-se que a EA deverá permear todas as disciplinas do currículo formal, fomentando a educação dos educandos para o exercício pleno da cidadania consciente e ética.

Considerando a importância da temática ambiental e a visão integrada do mundo, acreditamos que seja possível às escolas oferecerem meios efetivos para qu
e cada aluno compreenda os fenômenos naturais, a interferência das ações humanas e sua conseqüência para o meio ambiente e todas as formas de vida existentes nele, ao mesmo tempo contribuindo na formação de cidadãos responsáveis e conscientes de seus direitos e deveres para com o meio ambiente e desta forma através destes cidadãos conscientes, fomentar o desenvolvimento de ações que visem à minimização dos problemas pertinentes à crise ambiental decorrentes da desenfreada degradação do meio ambiente e da insustentabilidade, tendo em vista que a escola é o espaço social e o local onde o aluno dá seqüência ao seu processo de socialização.

Trabalhar o tema proposto neste projeto pode ser um ponto de partida para reforçar o papel das escolas na formação de agentes multiplicadores de EA.

CARACTERÍSTICAS DO PROJETO

O Público Alvo

Estarão envolvidos neste projeto cerca de 48 alunos, sendo 12 por turma de trabalho e, 2 professores de Educação Ambiental da instituição que irão orientar os planejamentos dos alunos.

O público alvo são alunos de ensino fundamental (1ª a 8ª séries) de escolas públicas – 16 escolas, do Município de Belém, capital do estado do Pará.

– Esses alunos têm em média idade entre 6 a 14 anos, e compreende um período de transição para a adolescência. Nesse período costuma-se trabalhar a questão do desenvolvimento de personalidade, da postura enquanto cidadão, dos valores, das relações sociais, dentre outros aspectos indispensáveis ao desenvolvimento pessoal por isso, a importância de se trabalhar este tema desde criança;

DURAÇÃO DO PROJETO

O tempo total de duração deste projeto é de um ano que compreende desde os levantamentos de dados em relação as comunidades escolares a serem trabalhadas, até o resultado final que culminará na construção e apresentação de um artigo.

Durante oito meses, do mês de março até o mês de novembro, os grupos divididos em sub grupos de 6 pessoas cada, irão visitar as escolas que receberão os acadêmicos de Biologia onde serão trabalhados os temas previamente selecionados de acordo com as necessidades locais.

METODOLOGIA

Cada um dos grupos visitará 2 escolas por mês para trabalhar o tema escolhido e através de um rodízio, a cada mês o grupo mudará de escola, assim, no final todos os grupos terão trabalhado em todas as escolas participantes do projeto, e através dessas vivências, os acadêmicos de Biologia ao passo que contribuem para difusão da EA, também estarão reforçando suas experiências enquanto educadores.

Temas básicos:

  • Meio Ambiente,
  • Lixo,
  • Desmatamento,
  • Poluição,
  • Água,
  • Mudanças Climáticas,
  • Impactos sobre a Vida
  • Conservação e Preservação
Pretendemos sensibilizar e conscientizar os participantes dos grupos através de uma linguagem acessível e clara mostrando os caminhos da EA para uma nova visão do mundo, colaborando para a construção de cidadãos justos e conscientes de seus deveres para com o meio ambiente.

Sabemos que não existe um modelo padrão de metodologia para se trabalhar a Educação Ambiental, e sim que ela deve ser trabalhada a partir das necessidades locais observadas, mas, neste projeto pretendemos através da realização de oficinas, gincanas, desenhos, distribuição de alguns brindes e através de outras atividades abaixo relacionadas, atrair a atenção do público alvo. Sabemos também, que muitas dessas crianças vão para escola mal alimentadas, levando problemas de casa, muitos vão forçados, etc. Desta forma, serão realizados levantamento de dados nas comunidades escolares a fim de viabilizar uma metodologia mais adequada possível a realidade de cada escola. Então como transmitir o tema de forma criativa e aproveitadora?

– Levando-os (dependendo do tema) para aula extra classe, pois só o fato de conhecer algo novo já desperta uma curiosidade;
– Apresentado filmes, cartilhas em forma de quadrinhos;
– Fazendo pequenos teatros; trabalhando com massa de modelar;
– Construindo maquetes, com elementos que eles julguem serem importante para o equilíbrio do meio ambiente e a manutenção da vida na terra;
– Construindo painéis com reportagens levadas por eles, que retratem o meio ambiente, as ações do homem interferindo o ciclo natural e as consequências dessas ações para todas as formas de vida existentes no planeta;
– Fazendo concurso de redações sobre os temas; cartas ou desenhos com soluções criadas por eles, para minimizar os problemas ambientais;
– Trabalhando a partir dos próprios conhecimentos de cada criança e adolescente, fazendo com que elas se percebam como parte integrante do meio ambiente e se torne multiplicador dessa prática;
OBS: Ao final de cada atividade haverá um momento de reflexão sobre o que foi trabalhado.

RECURSOS
  • Recursos humanos:
– Os alunos envolvidos no projeto,
– Os professores orientadores;
– Diretores e professores das escolas envolvidas;
– Possíveis voluntários que possam vir a surgir;
– Apoio suporte operacional (para equipamentos que possam ser utiliados);
  • Recursos Materiais:
– Papel A4 (resmas);
– Massa de modelar (caixinhas);
– Lápis de cor (caixinhas);
– Cartolinas (dezenas);
– Ônibus (para condução em possíveis aulas externas);
– Condução dos universitários envolvidos no projeto até as escolas;
– Aparelho Retro projetor (caso não haja nas escolas envolvidas);
– Multimídia (Aparelho data show);
– Brindes (podem ser alguns bombons, biscoitos, livros em quadrinhos, cartilhas, etc);
– Impressos em geral (material didático, convites, folders – para divulgação);
– Materiais recicláveis (vidros, plásticos, garrafas peti, caixas, etc);
– Camisetas e bonés (com divulgação do projeto);
– Maquina fotográfica (para registrar o desenvolvimento das atividades);
– Etc.

CRONOGRAMA

ATIVIDADES / PERÍODO

Sorteio das escolas por equipes (Fev)

Levantamento de dados das comunidades escolares (Fev)

Construção dos planos de atividades e orientações (Fev e Jul)

Aplicação das atividades (Mar a Nov)

Coleta de dados para análises (Mar a Nov)

Análise de dados (Dez)

Interpretação de dados (Dez)

Construção dos Artigos (Jan)

Apresentação dos Artigos ao IES (Fev)

RESPALDO BIBLIOGRÁFICO

DIAS, Genebaldo Freire. Atividades Interdisciplinares de educação ambiental. 2ª ed. São Paulo: Gaia, 2006.

Desenvolvimento e Meio Ambiente: Interdisciplinaridade, meio ambiente e desenvolvimento: desafios e avanços do ensino e da pesquisa. Curitiba: Editota UFPR, n. 10, 2004.

FORLINE, Louis; MURRIETA, Rui; VIEIRA, Ima (Orgs.). Amazônia além dos 500 anos. Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi, 2005.

GONÇALVES, Carlos Walter Porto. Os (DES) caminhos do meio ambiente. 12 ª ed. São Paulo: Contexto, 2005

PADILHA, Paulo Roberto. Projeto Político-Pedagógico: Caminho para uma escola cidadã mais bela, prazerosa e aprendente.
Disponível em www. paulofreire.org – consultado dia 02/12/2006 às 11h 50min.

SATO, M. Educação Ambiental. São Carlos, RiMa, 2004.

SALMASO, L. J. FERMIN, R. M. B. Projeto Político-Pedagógico: uma perspectiva de identidade no exercício da autonomia.
Disponível em www.cefetsp.br/edu/sinergia/4p32c.html – consultado dia 02/12/2006 – às 11h 47min.

ZEPPONE, R. M. O. Educação Ambiental: Teorias e Práticas Escolares. 1 ª ed. Araraquara: JM Editora, 1999.

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