Ética Ambiental

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O momento atual exige que a humanidade reflita sobre os efeitos perversos de sua relação de exploração e dominação com outras formas de vida na Terra.

É reconhecido que temos conhecimento técnico/cientifico suficiente de que essa forma de agir com o meio ambiente traz conseqüências desastrosas, as quais já estamos vendo muitas delas ocorrerem em toda parte do planeta, furacões, enchentes, seca, aumento da temperatura, se não frearmos essa nossa ganância em querer cada vez mais, em explorar bens naturais como se finitos, estamos a beira da autodestruição.

Tenho pensado muito sobre essas questões ultimamente, mas não adianta pensar somente, o momento exige ação, precisamos fazer algo urgente, nossa geração tem obrigação de uma atitude de cuidado, zelo, dedicação com toda vida existente, hoje e, com as futuras gerações.

O nosso trabalho para a perpetuação da vida neste planeta pede ações simples no nosso dia a dia , há tantas organizações envolvidas com a questão ambiental que basta nós nos engajarmos nessa corrente e, começarmos em nossa família, comunidade, só depende de vontade. Material para estudo e pesquisa também é farto e riquíssimo , A CARTA DA TERRA, precisamos divulgá-la é um documento importantíssimo, conciso, que é possível passarmos por e_mail, publicarmos em jornais, enfim passarmos adiante, convidarmos as pessoas para se juntarem a nós, formarmos uma sociedade planetária ciente de suas obrigações e deveres.

Neste contexto citarei Cecília Meireles, trecho que retirei do livro Pedagogia da Terra,de Moacir Gadotti, escrito em seu prefácio por Ângela Antunes, que é: “ Houve um tempo em que minha janela se abria sobre uma cidade que parecia ser feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde, e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz. Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. Outras vezes encontro nuvens espessas. Avisto crianças que vão para a escola. Pardais que pulam pelo muro. Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais. Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar. Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega. Ás vezes, um galo canta. Às vezes, um avião passa.[…] E eu me sinto completamente feliz. Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim”.

Embora não tenha a sensibilidade de poeta para exprimir meu sentimento de felicidade quando vejo um belo jardim, um dia de céu azul claro, uma noite de estrelas, tantas outras maravilhas que a natureza nos presenteia em nosso cotidiano, mas sei contemplar, admirar e me sinto grata por tudo isso.

Quero muito que meus filhos, netos, as gerações futuras tenham esses direitos que tive em viver nessa natureza, com tanta diversidade, mas quero muito que eles aprendam a conviver com todas as formas de vida de modo harmônico e saudável, sem essa sede de exploração e dominação do meio ambiente, que aprendam a viver em comunhão.

Este curso foi muito importante para mim, o prof. Amarildo Ferrari apresentou conteúdos valiosíssimos, em especial no Módulo 3, 3.4 A dimensão do cuidado –que para Leonardo Boff é o seguinte”Cuidado significa, então, desvelo, solicitude, diligência, zelo, atenção, bom trato…estamos diante de uma atitude fundamental, de um modo de ser mediante o qual a pessoa sai de si e centra-se no outro com desvelo e solicitude”. É essa dimensão que esperamos vivenciar hoje, cumprindo o dever de gestar uma autentica humanidade.

Autora: Maria Encarnação

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